Sem Abrigo

Os teus olhos
Dão um sinal de cansaço...
São as marcas,
Dessa vida de fracasso...


O dia a dia,
É passado sem comer...
Até quando ?
Ninguém pode responder...


A Sociedade,
Olha para ti de lado...
Ignorando,
Que comete um pecado...


A Justiça,
Refugia-se no direito...
A Igreja,
Considera-te um defeito...


Foda-se...
Será que Deus existe mesmo ???

Setúbal

Percorri de lés a lés
O nosso lindo Portugal,
Conheci muitos encantos
Mas como tu, não há igual



Cresceste pelas mãos
De valentes pescadores,
Seduziste pensamentos
De Golfinhos conquistadores



Tens na Arrábida um pulmão
De inesgotável energia,
O Vitória é a causa
De tamanha valentia



A nossa mente brilha
Quando olhamos para o Sado,
Setúbal, é um paraíso
À beira-mar plantado...

A Chama Ardente

Sentada ao luar
De copo na mão,
Acende um cigarro
E entoa a canção...
Sua pele morena
E bem bronzeada,
De cabelo solto
E bem maquilhada...
Está feliz e dança
E sorri bonita
Parece criança
E a mim me conquista...
Assim de repente,
Nós damos a mão
E cantamos juntos
Mais uma canção...
A noite escurece,
Acende-se a fogueira,
Por entre guitarras
Ergue-se a bandeira...
A lua está cheia
E convida ao prazer
Abraços e beijos
Para não mais esquecer...
Esta Chama Ardente
Que paira no ar,
Leva-nos noite dentro
Até madrugar...
Que sonho bonito
Que lindo poema,
Acordei sozinho
Que grande dilema...

Pensamento Positivo

Meus olhos brilham audazes
Com o futuro que aí vem
Vou passar uma esponja
Em tudo o que já passei

Faz de conta, que nasci hoje
E só quero aprender o bem,
Pois o mal já eu conheço,
Foi-me dito por alguém...

Esse alguém de quem eu falo,
Passou por toda a maldade,
Fez asneiras, atrás de asneiras
Mostrando irresponsabilidade...

Sempre teve a porta aberta,
Mas nela, nunca quis entrar
Talvez por receio, ou medo
De um dia vir a falhar...

Nunca quis deixar mal visto,
Em quem nele confiou
Pela enorme amizade,
Que a pessoa lhe mostrou...
Mas voltando a esse alguém,
Viu-se um dia atrapalhado,
Foi encostado à parede
A decidir-se, quase obrigado...
Esse alguém de quem vos falo,
Já repararam, que sou Eu ?
Agora é que é: Vou agarrar com as duas mãos,
O futuro que Deus me deu !!!
Quase poucos acreditam,
Se eu o conseguirei
Mas...Meus olhos brilham audazes,
Com o futuro que aí vem...

Dedico este poema ao Zé Pedro dos Xutos (comigo na foto).

Tal como o Zé, eu segui o meu sonho e tal como o Zé, eu nunca desisti, acabando por o concretizar.

Devemos sempre seguir os nossos sonhos !!!

Medo

Medo...

Eu tenho medo,
Dos loucos que mandam matar...
Dos aviões que caem no ar...

Medo...

Eu tenho medo,
Da fúria das multidões...
De investidas e opressões...

Medo...

Eu tenho medo,
De reagir ao que está mal...
Da carga policial...

Medo...

Eu tenho medo,
De passear na escuridão...
De ofuscar a paixão...

Medo...

Eu tenho medo,
De trair os meus ideais...
Acreditando em causas banais...

Medo...

Eu tenho medo...de MIM !!!

Mas Que Dilema ...

Vagueando pela rua
Sem saber o que fazer,
Está perdido e moribundo
E enjoado de viver


Quando acorda, já só pensa
Como é que se vai safar,
Rouba uma “milena” à Mãe
Para deixar de ressacar...


Vai direito à Camarinha
Todo ele a tremer,
Vómitos e arrepios
Parece que está a morrer...


Quando encontra o traficante
Dá-lhe a “milena” para a mão,
Refunde o pacote no bolso
E vai gamar o limão...


Ao passar duas, três horas
Volta à mesma situação,
Este abismo só vai parar
Quando estiver dentro de um caixão...

Inverno

Inverno rigoroso
Pouco sol e muito frio,
O mar invade a terra
E afunda-se um navio

Inverno traiçoeiro
Que maltrata o pescador,
Não o deixa ir à faina
P`ra desgosto do Senhor

Coitado do velhote
Que não tem o que comer,
Sua pele está enrugada
E cansada de sofrer

Inverno doloroso
Que destrói, ataca e mata
Muito sofre o Sem Abrigo
Debaixo da sua capa

Os campos estão alagados
E a cidade está deserta,
Muitos são os passarinhos
Sem telhado, à descoberta...

A Noite

Sozinho na noite
Percorrendo a cidade
Esquecendo loucuras
Lembrando a saudade

São noites vazias,
São noites de isco
Mulheres nos passeios
São mulheres de risco

E com mais um copo
Andando de Bar em Bar,
Vagueio na noite
Até madrugar...

Esta noite é longa
Ainda há muito para ver
Cerveja ou Whisky,
É beber p`ra esquecer

E lá pelo outro lado
Portugueses chorando,
Por um bom ordenado,
Na Bósnia lutando...

A vida é assim,
A chorar e a rir
Enquanto uns passam fome,
Os outros querem curtir !!!

Eu Quero a Solução

Já não sei
O que fazer,
Toda a gente
Me trata mal...
Serei eu,
Um tipo foleiro ?
Ou estarei,
Em flipanço total ?


Quando falo do Governo,
Rapidamente sou criticado,
E se por acaso coloco um brinco,
Toda a gente me chama drogado !!!


Mas que reles é esta sociedade
Onde nada se faz se autorização,
Gente de Merda, que esconde a verdade
Gente de Merda, sem ambição...


Já estou farto,
Eu Quero a Solução
Mas não sei onde a comprar,
Por favor, alguém me dê razão
Ou então, deixem-me lutar...
Deixem-me lutar...

Será Que Toda a Gente Tem Natal ?

Por esse Mundo fora,
Hoje é dia de Natal
Para muitos é diferente,
Mas para mim é tudo igual

As famílias estão unidas
Em harmonia e amizade,
As crianças esperam prendas
E manifestam ansiedade

Bem juntinho à chaminé
O sapatinho é colocado,
Aí vem o Pai Natal
Com o brinquedo desejado

Mas para mim, é um dia igual
Por uma simples razão:
Porque é que só neste dia,
As mentes expressam união ?

E se durante todo o ano
Existisse mais amizade,
O Mundo não era tão bonito
Respirando solidariedade ?

E será que no Kosovo,
Também existe Natal ?
E em Timor...?
E na Tchetchénia, será que as tropas Russas, deixam de matar à meia-noite ?
E na China, será que neste dia desamarram as criancinhas das cadeiras ?
E em Angola, será que ainda existe alguma chaminé de pé, para receber brinquedos ?

Cê Tem Que Parar ...

Cê chega, senta e pede:
“Dona Júlia, me vê uma mini !!!”
Olha fixo na televisão,
Não faz comentário,
Mas dá atenção...

Sai porta fora,
Mas “volta na hora”
De cabeça cheia e barriga vazia
Cê está perdido
E muito confuso
Está sem ideia e já não tem alegria...

Toma atenção, no que te vou dizer:
Cê ainda é jovem
E tem muito a aprender
Se está baralhado
Tem que parar p`ra pensar
O álcool destroi
E até te pode matar !!!

Com 22 anos,
Cê está na flor da idade,
Mas tem que parar já,
Antes que seja tarde...
A vida é assim,
Nem sempre dá certo,
Mas vingarmo-nos na bebida
Não é o mais correcto !

Acorda Marquinho, cê ainda é um garoto !!!
Isto não é uma critica, é um conselho !!!

Este sentido poema, foi dedicado a um jovem brasileiro, residente no Miradouro de Setúbal.

Amigo

Sempre que lavo a tua campa
Recordo com gratidão,
Tudo o que me ensinaste
Com vontade e dedicação

Foste sempre para mim
Um verdadeiro amigo,
Para qualquer lado eu ia
Desde que fosse contigo

Por toda esta cidade
Tu eras reconhecido,
Foste amigo de toda a gente
Só não foste teu amigo...

Génio dos matraquilhos
E no snooker campeão,
Vitor Paulo “O Maradona”
Foi o Maior do Futebol de Salão !!!

Onde quer que tu te encontres
Eu nunca te irei esquecer,
Aprendi muito contigo
Inclusive a viver !!!

Obrigado por tudo, Fraza.

Este poema, é dedicado a um amigo já falecido, e que foi, no meu entender, o Melhor Jogador de Futebol de Salão que alguma vez apareceu em Setúbal.

O seu nome é : Vitor Paulo Lopes Frazão.

Um Traço Brilhante

As pinturas que fazes
No tempo que morre
São tatuagens vibrantes
Ao homem que corre


Eu percebo o que queres
Transmitir ao mundo,
Se não dermos as mãos,
Vamos todos ao fundo...


Aquele risco ondulado,
Aquele traço brilhante,
São sinónimo de fé
Neste planeta errante


E o tempo passa a correr
Temos que acelerar
Abrir o caminho,
Para a criança sonhar...


É difícil, eu sei
Mas vale a pena tentar,
Dar um sorriso ao mundo
E tentá-lo ajudar...


Este poema, é dedicado ao meu amigo, génio da pintura,

Nuno Apolinário.

Marés Vivas, Águas Altas ...

Vento soprando na falésia
Pássaro voando solitário,
Tempo que corre, nada se move
Homens rumando no imaginário


A nuvem escura mete medo
O pensamento é destruído,
Chuva que esmaga o vasto rochedo
Colocando em perigo o Sem Abrigo...


Marés vivas, águas altas
Ofuscam barcos a navegar,
Os olhos estão limpos e abertos
Para as vagas penetrar


Ao longe, uma luz nos encandeia
Paira na mente um denso terror,
O mar está bravo e muito pesado
Que mártir de vida, tem o pescador...


Em cada viagem, o mesmo dilema
E pede-se à Virgem, que reze por nós,
Dê-nos a sua salvação
Proteja-nos do mal e do tempo feroz...

Oh Portugal ...

Dá-se tempo ao tempo
Esquecendo o momento,
Antevê-se um contratempo
Que nos fere o pensamento


Julgamos ser heróis
Estandartes da Nação,
Tentamos fazer algo
Para salvar a população


Autarcas partidários,
Ou políticos mercenários,
São corruptos autorizados
Para mal dos meus pecados


A Justiça anda mal
E a saúde está um rancor,
Coitado do meu Portugal,
Está a ficar um horror...


Governantes obcecados
Pelo poder e a riqueza,
Qualquer dia nem sequer temos
Pão e vinho sobre a mesa...


Ó meu lindo Portugal,
Já foste dono do mundo
Hoje navegas em vão
E estás a caminho do fundo...

Promessas

Tantas promessas fizeste
Desde o berço
Até à sepultura...


Tantas coisas prometeste,
Algumas com ódio
Outras com ternura...


Foste um incompreendido
Da sociedade em geral,
Perdeste diversas batalhas
Por uma causa tão banal...


Querias que a tua história
Ficasse por contar,
Querias o impossível
Fazer o mundo mudar...

Assim Não Dá ...

Está cada vez mais difícil
Ser jovem em Portugal,
Isto está cada vez pior
Nunca vi nada igual

Empregos sem contrato
São fáceis de arranjar,
E patrões desonestos
Estão longe de acabar

Dão-nos um “emprego”
E prometem ordenado,
Mas ao fim do mês
Fogem para o outro lado

A Justiça não nos ouve
Pois tem mais em que pensar,
E se lhe tentamos fazer frente,
Ainda nos manda “engatar”

Assim não dá !!!
Assim não dá !!!

O Meu Sonho

Acordei uma vez
Bastante inspirado,
Sonhara com um futuro
Deveras animado...

Crianças felizes
Segurando balões,
Esbanjando alegria
Com as minhas canções...

E ao imaginar
O mundo desta maneira,
Eu destruía a mente
Desta sociedade foleira...

É difícil, eu sei
Mas pode acontecer
O futuro com que sonhei
Seria lindo de se ver...

Bastava que a humanidade
Acreditasse um pouco mais,
Em alguns pensamentos
Opostos aos demais...

Seria interessante,
Seria divertido...
Os “interesses” acabariam
Neste meu Mundo Unido !!!

A Fuga Fantasma

Numa rua deserta
De um lugar qualquer,
Vejo ao longe
Um puto a correr

Tanto corre, que cai
Estendido no chão,
Tem a cara a sangrar
E vidros na mão

Mais atrás, vem um homem
Também a correr
Com uma arma apontada,
Para o abater...

O puto rendido,
Começa a gritar,
Sente que está perdido
E desata a chorar

O homem dispara
Mas não lhe acerta,
Porque o puto fugiu
Para parte incerta

?

Palavras Sinceras

Como é difícil, o meu sofrimento
A tua imagem não me sai do pensamento,
Tento mostrar que está tudo bem
Mas a dor é enorme,
Só eu é que sei...
Não tenho jeito para fingir,
Não consigo esquecer-te assim,
Sempre pensei, que serias para mim...
A minha ferida está muito aberta,
Difícil de sarar...
Nunca me deram aquele amor,
Que só tu, me podias dar...
Não te quero dar a volta,
Com estas palavras sinceras
Se estás bem, continua
Que eu fico só,
Neste circo de feras...
Peço-te que me possas dar
O que me tens dado, ultimamente
Amizade e carinho
Fica-te bem,
E eu fico contente...
Espero que sejas feliz
E que continues como és,
Rebeldia e ternura
Sintonizam comigo,
Da cabeça aos pés...

Racismo

Olhas-me nos olhos,
Mostras o teu sorriso cínico
E eu fico a pensar...
Queres ver-me pelas costas,
Detestas a minha raça
E eu fico a pensar...


Penso em tudo
E mais alguma coisa,
Mas eu não tenho culpa
De ter nascido assim...
Mas também,
O que é que me importa
Da minha cor ser negra
E teres ódio de mim ?


Branco ou Preto,
Vermelho ou Amarelo,
As cores são diferentes,
Mas nós somos iguais...
SOMOS UM MUNDO,
DE IDIOTAS CRUÉIS
QUE TRANSFORMA A PAZ,
EM GUERRAS RACIAIS !!!

Que Mundo é Este ?

Vagueio num mundo, que não é o meu
Onde a hipocrisia se faz notar,
Por vontade própria, eu não estava aqui
Mas quiseram assim, e eu tive que ficar...

O egoísmo penetra a mente fraca,
O roubo sobressai, num Bairro de Lata
A inveja flutua em águas turvas,
O dinheiro impera, em linhas curvas...

A mentalidade está perturbada
Todos querem ser ricos, e eu não entendo
Qual a razão de tanta injustiça ?
Meio mundo subindo, e outro descendo...

É olho por olho, dente por dente
É muito poder, para pouca gente...
A crueldade insiste em ficar
Que mundo é este, que não quer mudar ?

Prova a ti mesmo,
Que ainda és capaz...
De fazeres algo,
Sem voltares atrás...
Tem fé em ti e acredita
Que o último a rir, rirá por bem...
Não fiques triste e Glorifica,
Pois este mundo, não interessa a ninguém !!!

Stress

Passas o dia a correr,
Trabalho, casa...casa, trabalho
Já não sabes o que fazer,
Dás voltas e mais voltas,
Pareces um baralho...

Chegas ao Lar
E pretendes descansar,
Esticas-te no sofá
Mas o cão começa a ladrar...

Entras em parafuso,
Vais até ao Café
Pedes uma imperial,
Mas servem-te um rosé...

Já não tens paciência,
Já perdeste o norte à vida
Caminhas por todo o lado
E não encontras uma saída...

No dia seguinte,
Voltas à mesma situação...
Trabalhas desalmado,
Enchendo os bolsos ao teu patrão...

Onde Estás ?

Onde estás ?
Não te encontro...
Acho que nunca apareceste...
Onde estás ?
Será que existes ?
É verdade que já viveste ?

Ninguém sabe a morada certa,
Nem o número do teu telefone...
Nunca ninguém te viu mais gordo,
Serás bonança ou ciclone ?

Dizem que estás em todo o lado,
E que personificas a Paz e o Amor...
Mas será que nunca ouviste falar,
De uma pequena ilha chamada Timor ?

Reclamas para todos direitos iguais,
Mas a coisa não é bem assim
Os doentes e pobres, são cada vez mais
Isto parece-me à beira do fim...

Onde estás ?
Aparece !!!
Não deixes que isto acabe a arder...
Vem depressa, não te atrases...
Os nossos filhos merecem viver !!!

Acredita !!!

Vai que tu consegues,
Acredita que és capaz
Luta com orgulho,
Não te deixes ficar p`ra trás

A vida, são dois dias
Como já te disse alguém,
Conquista o teu espaço
Mas não prejudiques ninguém

Agarra nas ideias
Que te fizeram sonhar
Vais encontrar barreiras
Mas não deixes de arriscar

Não queiras ser mais um
A viver da caridade,
Faz-te à vida com vontade
E ignora a sociedade...

Acredita em quem és
E que o consegues fazer,
Acredita que és capaz
E conseguirás vencer !!!

Solidão

Entre quatro paredes,
Alheio ao destino
Um homem desespera
Por um café despertino


Vê o sol aos quadrados
Desaparecer de repente,
Ainda agora nasceu
E já está no poente...


Entre quatro paredes,
Muita coisa se passa
Até a morte acontece
Por um prato de massa !!!


É triste ali viver,
Naquela imensa solidão
É um osso duro de roer,
Atrás das grades...em podridão !!!

Imaginando ...

Acordei de madrugada,
Imaginando o que seria
A Igreja drogada,
Ignorando a poesia...

Os diversos rituais,
Animalescos e imortais
Deixam-me com amargura,
Lutando pela censura...

Acordei de madrugada,
Imaginando o que seria
Os ricos com tristeza
E os pobres com alegria...

Acordei de madrugada,
Imaginando o que seria
O medo do Vaticano
Ao debater a pedofilia...

Acordei de madrugada,
Imaginando uma aventura
As cabras comendo lagosta
E o Papa a comer verdura...

Rusga Nocturna

Estávamos sentados na esplanada,
Quando os “ chuis “ apareceram de repente...
Encostaram a malta toda à parede,
E a desordem, paira sobre a gente...

Num instante, chega um deles, a gritar...
E, alguém me diz, que é o “ Chefão “
O bófia, manda-me calar,
E pede-me a identificação !!!

De momento, digo-lhe que não tenho,
Que não tenho nada, nem quero ter...
O “ chui “, fica irritado,
E manda outro me deter !!!

Fui levado, dentro da “ Ramona “,
Desconhecendo qual a razão
Será que ofendi alguém,
Por não usar a identificação ?

São estas cenas, que me fazem confusão,
São cenas destas, que não dá para entender...
Será um simples bófia o dono da razão,
Ou será que a polícia, abusa do poder ?

Este poema, é baseado numa história real, acontecida no Miradouro de Setúbal, em meados dos anos 80.

Delinquentes

São miúdos destroçados,
Pela delinquência arrastados
Entre si, invejados...
Pela Justiça culpados...

Caminhando sem direcção,
Desconhecendo tal razão...
Ameaçados pelo destino,
Envolvidos na podridão...

São miúdos coitados...
Com sede e sem pão...
São miúdos rebeldes,
Sem Amor nem Paixão...

Este triste poema, é dedicado aos senhores das várias igrejas, das várias religiões existentes, ao nosso Governo, enfim, a todos os homens poderosos deste mundo, que se dizem preocupados com a miséria, mas que olham para o lado, quando vêem crianças de 6, 7 anos, snifando cola nas estações do metro, pedindo esmola e prostituindo-se pelos subúrbios da capital, enfim, crianças sem carinho e arrastadas para a delinquência !!!

Governo de Merda

Já estou farto
E não sei o que fazer...
Governo de merda,
Estás-me sempre a foder !!!

Impostos a subir,
Salários a descer...
Diz-me Governo,
Como é que eu posso viver ?

Será que os teus filhos
Estão na mesma situação ?
Eu não acredito,
Ai não acredito não...

Se necessito de roubar,
Para poder comer...
Tu chamas os teus “ cães “
E mandas-me prender !!!

Será que os teus filhos
Estão na mesma situação ?
Eu não acredito,
Ai não acredito não...

Será ?

Será que ninguém vê ?
Ou será que não vale a pena ?
LIBERDADE EM TIMOR...
Será uma causa justa ?
Ou um incógnito dilema ?

Como sempre acontece,
Sofre quem não merece
As torturas continuam
E ninguém aparece...

Os Chefes de Estado,
Permanecem indiferentes
À riqueza de Shuarto
E à pobreza dos inocentes

O abuso do poder
Continua a avançar
E a libertação de Xanana
Já deixou de interessar...

Quem pode fazer não faz...
Não sou eu, nem és tu...
E quando a merda tiver valor,
O Timorense nasce sem cú !!!

Estupidez

Onde é que já se viu,
Um Chefe de Estado
Dependente da bebida
Sendo idolatrado ?
ESTUPIDEZ !!!

Como se pode gastar,
Milhões em armamento
Enquanto na Etiópia
Não há um medicamento ?
ESTUPIDEZ !!!

Como é que um certo pai,
De uma certa religião
Deixa morrer um filho,
Ao recusar uma transfusão ?
ESTUPIDEZ !!!

Como é que se compreende,
Que um EuroDeputado
Só trabalhe 8 anos
E passe a reformado ?
ESTUPIDEZ !!!

Como é que se compreende,
Que num estabelecimento prisional
Os guardas se vendam

Por uma causa tão banal ?
ESTUPIDEZ !!!

Ilusão

Gostava de ser mosca,
Para poder ver
O que se passa no Vaticano
E o modo de viver

Gostava de ser espião,
Para poder observar
Quantas vodkas bebe o Ieltsin
De manhã, ao acordar...

Gostava de ser bruxo,
Para poder adivinhar
Quantos inocentes matou Bin Laden
E quantos mais irá matar ?

Gostava de ser rei,
Para poder reinar
O mundo à minha maneira
Sem estes loucos a mandar !

Gostava de ser Sol,
Para poder iluminar
As ruas da Tchetchénia
Com crianças a brincar...

Agarrados ao Sistema

Picam os braços,
De qualquer jeito
Já sem dor,
Mas com proveito

Em qualquer sitio,
Em qualquer lugar,
Juntam-se moribundos
E só pensam em “ caldar “

Dinheiro fácil
É arranjado
Por empréstimo,
Ou roubado...

De que é que vale
Eu os avisar
Se aquilo que interessa
É deixar de ressacar...

Porque é que ninguém me liga,
Quando eu tento dar a mão ?
Respondem sempre: Deixa-me em paz !
E acabam na podridão...
Na podridão...

Eram Tempos...Foram Tempos...

Escrevo palavras polémicas
Descrevo situações em vão
Cometo erros do passado
Ignoro o medo e a paixão

Por aí vou, em liberdade
Ofuscando a solidão
Caminho só, com saudade
Dos tempos de rebelião

Tempos belos, tempos boémios
Onde a idade não contava
Preocupações que não existiam,
Criança bonita de cara lavada

E através da rebeldia,
Tivemos cenas de encantar,
Deitados num banco de jardim,
Fizemos amor ao luar...

É bonito recordar
Os tempos da mocidade,
Onde a mentira ficava de lado
E em todos nós havia amizade...

Chega de Incertezas

Estou a ficar cansado
De esperar tanto por ti
Porque é que não me dizes
Aquilo que sentes por mim...

Se te convido para algo,
Ficas meio atrofiada
E se te mando alguma boca,
Deixo-te embaraçada

Chega de incertezas,
Já não és nenhuma criança
Não deves ter receio,
Vai em frente e avança !

A vida são dois dias
Como já te disse alguém,
Se confiares em mim
Certamente ficarás bem

Basta que acredites
Na minha sinceridade
E se tiveres paciência
Ignoramos a sociedade

Podemos ser felizes
Se tentares arriscar
Para quê perder mais tempo
Se nos podemos amar...

Chega de incertezas
Já não és nenhuma criança
Não deves ter receio,
Vai em frente e avança !

Deixem-se de Tretas

Da minha janela
Naquele 5º andar,
Vejo o sol poente
Encostar-se ao mar...

A cidade passa,
Por mim adormecida,
Esgotam-se as drogas,
Já ninguém tem saída

Da minha janela
Naquele 5º andar,
Vejo um velho a sorrir
E um miúdo a chorar

O velho alcoólico,
De tinto na mão
Ignora a criança
Que lhe pede um balão

Não gosto da cena,
Entro no elevador
Abraço o miúdo
Sufocando a dor...

Sente-se confortável
E estica-me a mão,
Dou-lhe uma moeda
Para comprar o balão

Ao virar-me as costas, desata a correr
Já se sente forte, para o que der e vier...
Se todo este mundo, pensasse como eu queria
Havia mais felicidade, e menos hipocrisia !!!

Campeão

Tão cedo tu partiste
Para a terra da verdade,
Muitos amigos deixaste
Que te lembram com saudade

Eras bom para toda a gente
Um verdadeiro Campeão,
Quando te pediam ajuda
Nunca dizias que não

Adoravas os miúdos
Para todos eras amigo,
Não havia nenhum deles
Que não quisesse brincar contigo

Mas a vida é muito ingrata
E tu, que tinhas uma ambição,
Foste assassinado por um cobarde
Que te matou à traição

Por tudo o que fizeste por nós
E pela tua dedicação,
Um Bem-Haja dos Amigos
Que te recordam com gratidão...


Obrigado “Benga” !!!

13/6/1997

Este poema, é dedicado a um amigo assassinado.
Foda-se...o “Benga” não merecia morrer assim !
Foi mau demais para mim.
Ainda hoje sinto a sua falta, era como um irmão mais velho para todos nós.
Foda-se...
A vida é mesmo uma anedota cruel !!!

Aqui Estou Eu ...

Sufocado, angustiado, desprezado
Mal amado, odiado...
Aqui estou eu !!!
Onde os gritos não se ouvem,
Onde o sol não entra mais,
Onde as mágoas se escondem,
Onde as causas são banais...
Aqui estou eu !!!


Tanta luta sem sentido,
Tanto veneno proibido,
Tanta promessa no ar,
Para vir aqui parar...


Cometi certas loucuras,
Percorri as amarguras,
E, não consegui parar,
Nem deixei de evitar...
Aqui estou eu !!!


A vida já não tem sentido,
Não encontro nenhum amigo
Com quem possa desabafar,
Alguém que me tente escutar...


Rasgo fotos do passado,
Sinto-me desorientado
E, ao não encontrar a solução,
Escondo-me aqui, em solidão...

Inveja

Não invejes o meu sucesso,
Nem aquilo que hoje sou
Foi com muito sacrifício,
Muitas horas a estudar
Que cheguei aonde eu estou...

Para quê se especular
Sobre a minha capacidade ?
O que vos faz confusão,
Não será a frustração,
Por não conseguirem chegar
Onde eu cheguei com esta idade ?

Não foi fácil aqui chegar,
Tive muito que trabalhar,
Muitas horas sem dormir
Para poder aprender
E com isto conseguir,
Um dia vir a vencer !!!

E se vós continuarem
Com essa especulação,
Vão ter muito p`ra escrever
Que eu a vós vou responder
Com trabalho e mais trabalho...
Ou seja, EVOLUÇÃO !!!




Este poema é dedicado, a todos aqueles, que têm invejado e especulado, sobre as enormes capacidades de trabalho do meu grande amigo José Mourinho.

Ser VITÓRIA ...

Ser Vitória é...
Nascer com vontade de vencer !

Ser Vitória é...
Ultrapassar qualquer obstáculo !

Ser Vitória é...
Lutar por uma causa !

Ser Vitória é...
Colocar no Topo do Mundo a bandeira de uma Região !

Ser Vitória é...
Vislumbrar um futuro auspicioso !

Ser Vitória é...
Ser a Força de um Povo !

Ser Vitória é...
Amar a Arrábida,
Acarinhar um Roaz Corvineiro,
Dar um abraço a Setúbal...
Ser Vitória...é ser Primeiro !!!


“ O VITÓRIA NÃO É GRANDE ... É ENORME !!! “

Filho

Filho...
És o brilho dos meus olhos
És o sol que me ilumina
Foi por ti que eu mudei,
És o amor que me fascina...

Filho...
Tens vivido numa mudança,
Imprópria para uma criança
Mas uma coisa podes crer
O pai nunca te irá perder !!!

Filho...
Por ti corro sem cansaço,
Contigo esgoto as ideias,
Por ti sofro no meu espaço
Tu és o sangue das minhas veias...

Filho...
És o orgulho da minha mente
Estás rebelde e inteligente
Por ti cometo qualquer pecado,
Mesmo que não estejas a meu lado...

Filho...
Tu és tudo com que eu sonhei,
És o motivo do meu bem estar
Por ti eu me apaixonei,
É contigo que quero estar !!!

Ser Poeta

Ser Poeta,
Eis a questão...
Será um dom,
Ou inspiração ?

Palavras que saem,
Através do sentimento,
São ditas e escritas
Num dado momento...

Tudo o que sai
Nunca foi estudado
Será essa a razão,
Deste dom inspirado ?

Escrever poesia
É poder descrever
Aquilo que sou
No meu entender...

É saltar a barreira
Desta solidão,
É dizer o que sinto
De caneta na mão...

É fazer a viagem
Da meditação,
Gerar a polémica
Por vezes em vão...

Sonhar acordado,
Com o sistema alterado
Sem fome e pobreza,
Nem tanta incerteza...

Escrever poesia
É fazer magia,
É dar às crianças
Aquela alegria

É pedir ao Senhor,
Que nos abençoe...

E se a arte é crime,

Que DEUS me perdoe !!!